sábado, 9 de janeiro de 2010

Um dia desses...

- É tão bom te ver feliz.
- É. Fazia tempo que não me sentia bem assim.
- Eu percebi, eu acho. - fiquei em silêncio, por instantes, apenas olhando em seus olhos - Bom, só vim me despedir...
- Se despedir? - ela responde sem pensar, meio que pega de surpresa.
- Sim; vou mudar. Meu pai recebeu uma proposta de trabalho melhor, e tenho alguns parentes lá. Vai ser bom pra mim.
- Ahhh! Mas que idéia é essa assim do nada? Você adora tudo que tem aqui! Seu trabalho, amigos, sua turma... Vai mesmo deixar tudo isso?
- Vou manter contato com meus amigos. E há tempos queria ir, mas algo me mantinha aqui...
- E agora, nada te faz querer ficar? - ela o pergunta o olhando novamente nos olhos.
Eis que chega o tal do "carinha popular". Ele a abraça, e em seguida joga uma pergunta no ar, que tive certeza que era pra mim:- To perdendo alguma coisa?
- Não, não está. Apenas vim me despedir dela. Boa festa pra vocês.
Viro as costas e saio em direção ao portão.
Percebo ela me seguir com os olhos, e ele sussurruando:- É aquele cara?

Ao passar pelo portão, vejo alguns conhecidos, e aceno a eles, dizendo que já estava indo. Os mais chegados vinham me comprimentar, e desejavam boa viagem, pedindo pra mandar noticias.
Logo que me despedi dos que estavam na rua, peguei o caminho pra casa. Era perto dali, então fui caminhando.
Estava feliz por ter falado com ela. Ter conseguido ser um tanto quanto frio, ao invés de dizer o que realmente sentia, que nunca iria querer partir, e deixa-la aqui, mas nem tudo acontece como agente quer, conformemos.
Ao chegar perto de casa, ouvi meu nome aos berros.
Assustado, corri ao encontro dos gritos. Eis que ela vem correndo em minha direção. E ao me abraçar com os olhos úmidos, me disse:
- Não vá, por favor, não vá!
- E por que não iria?
- Porque eu te amo.

Um comentário:

Anônimo disse...

first :)